Alentejo

A paisagem faz-se de planícies e montados verdes e dourados a perder de vista, sobreiros e oliveiras aqui e ali, entre outras árvores e flores selvagens, autênticos quadros que se repetem a cada quilómetro. Da costa ao interior, há parques naturais e ecossistemas únicos.

Para os fãs de praia, a Costa Alentejana é única, rica em praias selvagens, enquadradas em paisagens naturais que se mantêm praticamente intocáveis até hoje. Da Comporta à Zambujeira, são mais de cem quilómetros de costa com areais para todos os gostos. Tanto há praias vigiadas, com bandeira azul e perfeitas para levar a família, como areais desertos, alguns parecem mesmo impossíveis de ser alcançados, mas há sempre um caminho que se revela. É aqui também que se começa a desvendar a Costa Vicentina, feita de praias surpreendentemente bonitas, quase sempre escondidas entre escarpas altas. Porto Covo, Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar têm, provavelmente, das praias mais impressionantes. São disso exemplo a Praia da Samouqueira, a Praia do Brejo Largo, a Praia do Malhão, a Praia dos Alteirinhos ou a Praia da Amália, esta última deve o nome à fadista portuguesa, que ali passava férias.

À mesa, destacam-se os sabores do mar, mas não julgue que por estar na costa não encontra muita das iguarias que dão fama ao Alentejo, das açordas e migas aos ensopados. Ainda assim, andando para o interior, não lhe faltarão mesas fartas. É sabido que a gastronomia é, muitas vezes, a melhor desculpa para se ir a um sítio. O caso de Évora é paradigmático. Aos restaurantes clássicos juntam-se, cada vez mais, mesas contemporâneas e de autor, que reinterpretam a tradição, com o maior respeito pela história e pelos ingredientes locais. Ganha a cidade, onde os restaurantes estão sempre cheios e nunca se come mal.

No coração do Alentejo, Évora é herdeira de um importante património cultural, construído e preservado ao longo do tempo. Classificada em 1986 pela UNESCO como património da Humanidade, a história de Évora conta-se desde o povo romano – o Templo Romano, ex-libris da cidade, é o expoente máximo dessa época. Não menos importante, Elvas, a cerca de uma hora de Évora, também tem muito para descobrir. As boas-vindas são dadas pelo enorme Aqueduto da Amoreira, construído no século XVII. Do outro lado, as fortificações, também classificadas pela UNESCO, construídas por necessidade militar, para proteger a cidade e o país, primeiro das investidas espanholas e depois das invasões francesas.

Convém ainda não esquecer que é no Alentejo que fica o Alqueva, o maior lago artificial da Europa, que atravessa cinco concelhos: Portel, Moura, Reguengos de Monsaraz, Mourão e Alandroal. Junte a isto passeios por Marvão, Castelo de Vide ou Vila Viçosa e não há como não sair rendido ao Alentejo. Aconteça o que acontecer, não saia sem ouvir o cante alentejano. Cantado em coro e sem recurso a instrumentos musicais é uma experiência transcendental. O Museu do Cante fica em Serpa.