0:00 / 0:00
Centro de Portugal
Ver Mais

Portugal pode ser um país pequeno, mas consegue ser grande em diversidade. Veja-se a zona Centro, que vai da praia à Serra da Estrela. Tem montanha e rio, aldeias pitorescas e uma gastronomia rica. Talvez não pareça o destino mais óbvio, mas só quem não conhece é que pode desvalorizar.Há muito por onde explorar e programas à altura de qualquer desejo e carteira. Turismo de aventura? Está no sítio certo. Turismo ecológico? Não vá mais longe. Turismo termal? Também há. Turismo balnear? Assim faça calor. Gastronómico? O difícil é dar vazão. Enoturismo? Igual. Religioso? Não faltam roteiros. E podíamos continuar. O segredo é planear, sabendo que há paragens obrigatórias. A começar desde logo com o Parque Natural da Serra da Estrela, a maior área protegida do país. O ponto mais alto, a Torre, fica a 1993 metros de altitude, fazendo desta montanha a mais alta de Portugal Continental, só atrás da Montanha do Pico, nos Açores, com 2351 metros de altitude. Para desbravar há 300 quilómetros de trilhos, com diferentes dificuldades, mas todos com paisagens deslumbrantes, entre vales glaciares e nascentes dos maiores rios portugueses. No Inverno, a Serra da Estrela é muito procurada por ser dos poucos sítios no país onde a neve sempre aparece. Independentemente dos planos (e da estação do ano), é obrigatório provar o queijo da Serra da Estrela, que encontrará facilmente em qualquer lado: com jeitinho, ainda acaba a conhecer um produtor e a pôr as mãos na massa.Não muito longe daqui, fica a aldeia de Piódão, conhecida pelas suas casas em xisto, com portas e aros azuis nas janelas, dispostas em socalcos. Na zona centro, aliás, são várias as aldeias do xisto ao longo do território, todas elas dignas de visita. Das 27, quase metade ficam na Serra da Lousã: Aigra Nova, Aigra Velha, Candal, Casal de São Simão, Casal Novo, Cerdeira, Chiqueiro, Comareira, Ferraria de São João, Gondramaz, Pena e Talasnal. Em praticamente todas é possível pernoitar; em algumas há restaurantes que são quase um segredo, mas onde é recebido como se em casa de família estivesse. E depois há aqueles sítios cuja fama se prolonga no tempo (e bem), como O Burgo, um restaurante onde provará a melhor comida tradicional da zona, como um cozido servido numa broa. Fica no alto da Praia Fluvial da Senhora da Piedade com vista para o Castelo da Lousã, também conhecido como Castelo de Arouce. Nesta área o que não falta, na verdade, são praias fluviais, algumas mais discretas do que outras, servidas por bares, parques de merendas e com diversas actividades.Aventure-se pela estrada, mas não deixe de parar em Coimbra, cidade universitária e rica em história, classificada desde 2013 como Património Mundial da UNESCO (não apenas a universidade, uma das mais antigas do mundo, mas muitos dos edifícios que lhe estão ligados, da Alta à Baixa da cidade). Não muito longe fica Conímbriga, onde é possível visitar o maior conjunto de ruínas romanas em Portugal.

Virando para a costa, há uma linha de praias por descobrir, em ambientes que formam autênticos postais, como acontece, por exemplo, na Costa Nova, cujas casinhas às riscas coloridas correm o mundo. E não é muito diferente de Aveiro a Santa Cruz, não têm a fama do Algarve, do Alentejo ou da Costa da Caparica, mas nem por isso estas praias lhes ficam atrás.