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Centro Histórico de Lisboa
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Já cantava Amália Rodrigues que “Lisboa tem cheiro de flores e de mar”, enquanto Carlos do Carmo imortalizou “Lisboa menina e moça”. E cantava o fadista: “Da luz que meus olhos vêem tão pura/Teus seios são as colinas, varina/Pregão que me traz à porta, ternura/ Cidade a ponto luz bordada”. Camané acrescentou-lhe ainda: “Olho a cidade e parece/Que é de tarde que amanhece/Que em Lisboa é sempre dia”. Eis apenas três de muitas referências à cidade de Lisboa, inspiração de músicos, escritores e artistas desde há séculos.Cidade à beira-rio plantada, feita de história e de modernidade. Lisboa, cidade luz, onde o sol brilha quase 300 dias por ano, e onde o frio nunca se faz tão frio. Percebe-se porque é que, nos últimos anos, a capital portuguesa se tornou num destino turístico de excelência: é bonita em qualquer lado e segura como poucas, além de se comer bem a qualquer hora. É no centro histórico que reside parte do seu encanto, ruela acima, ruela abaixo. Do Bairro Alto a Alfama, da Baixa à Mouraria, do Castelo ao Chiado, ou da Graça a Arroios, há muito para descobrir, entre passeios a pé. Também se pode aventurar numa viagem de eléctrico – o 28, por exemplo, atravessa vários bairros históricos, entre o Martim Moniz e Campo de Ourique, com paragens na Graça e em Alfama, no Miradouro das Portas do Sol e na Sé, no Chiado e na Bica, em São Santo e na Basílica da Estrela.Sendo feita de colinas, o que Lisboa mais tem são miradouros com vistas de tirar o fôlego, ora virados para o rio, ora virados para a cidade, alguns com boas esplanadas para recuperar. Afinal a calçada portuguesa é bonita, mas também pode ser exigente. Falando de miradouros, há um que guarda as melhores vistas, com a vantagem de ser também um monumento nacional. O Castelo de São Jorge é uma paragem obrigatória para quem visita Lisboa. No topo da colina, todo o seu perímetro é visitável, incluindo as suas torres. Lá do alto, uma vista de perder de vista. Do lado oposto, visível do Castelo, fica outro miradouro, o de São Pedro de Alcântara, igualmente bonito e com a curiosidade de guardar um painel de azulejos que dá as coordenadas para tudo o que se vê daqui. Desde há uns anos que é possível também subir ao Arco da Rua da Augusta, um marco da cidade, situado na Praça do Comércio. E, não nos podemos esquecer, claro, do icónico Elevador de Santa Justa, uma obra de Raoul Mesnier de Ponsard, inaugurado em 1902.

Mas Lisboa também é fado, é, aliás, por aí que começa este texto. E por isso a experiência não fica completa sem uma ida a uma casa de fado, onde o silêncio se faz para que se oiçam as vozes melancólicas de fadistas, num ambiente quase sempre de partilha à mesa. Há muitas em Alfama, mas também existem no Bairro Alto, conhecido pela sua vida nocturna. As enchem-se de pessoas e animação e os bares descobrem-se em todas as portas. No Cais do Sodré, ali ao lado, continua, habitualmente, a festa, ficando nesta zona algumas das discotecas da cidade.