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Não estranhe se alguém lhe disser que uma das melhores vistas de Lisboa se consegue em Almada, na outra margem no rio. Do alto do Cristo Rei, monumento com 110 metros de altura e que fica a 215 metros acima do nível do mar, a vista é panorâmica e impactante. Inserido no Santuário do Cristo Rei, de olhos postos em Lisboa e de braços abertos para o rio, não é por acaso que este Cristo é semelhante ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, no Brasil.É do lado de lá do Atlântico que vem a inspiração, quando numa viagem ao Brasil, o então cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, imaginou um monumento semelhante na capital portuguesa, corria o ano de 1934. Dois anos mais tarde, o cardeal partilhou esse desejo com o Apostolado da Oração, que recebeu a ideia com entusiasmo. O que se seguiu foi a aprovação nacional, com os bispos a designarem o Cristo Rei como o “monumento da paz”, numa referência ao facto de Portugal ter ficado de fora na Segunda Guerra Mundial. A propósito, dentro do monumento, fica a Capela de Nossa Senhora da Paz.A primeira pedra da construção acabaria por ser lançada no final de 1949 e o santuário, projectado pelo arquitecto António Lino e o engenheiro Francisco de Mello e Castro, só seria inaugurado uma década mais tarde, a 17 de Maio de 1959, depois de uma campanha nacional de angariação de fundos. A imagem de Cristo Rei, da autoria do escultor Francisco Franco, teve a particularidade de ser construída na própria estrutura, utilizando-se para o efeito moldes de gesso, preparados previamente a partir de uma maqueta. No total utilizaram-se cerca de 40 mil toneladas de betão. “Depois de construído, foi esculpido à mão num trabalho de minúcia, desenvolvido a mais de cem metros do chão”, lê-se no site oficial do monumento. Convém lembrar que a estátua, que fica sobre um pedestral de 75 metros de altura, tem 28 metros de altura – uma curiosidade é que a distância entre as mãos do Cristo Rei é exactamente a mesma da altura do corpo, 28 metros.
Hoje, o Cristo Rei, é um ponto turístico muito procurado, em parte pelas suas vistas impressionantes, tanto para Lisboa, como para Almada, num raio superior a 25 quilómetros. O miradouro fica aos pés da estátua, acessível através de elevador. Em dias de céu limpo, de frente para o rio, vêm-se marcos como o Mosteiro dos Jerónimos, o Palácio da Ajuda, o Palácio das Necessidades, a Torre de Belém, o Mosteiro de São Vicente de Fora, o Castelo de São Jorge ou a Ponte Vasco da Gama. Nas costas, a baía do Seixal, o mar da palha, a Serra da Arrábida e o Castelo de Palmela.
Em 1999, a Diocese de Setúbal passou a tutelar o santuário e levou a cabo importantes obras de melhoramentos, não só no monumento, como no recinto, muito procurado também para eventos, religiosos ou não.
