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Museu MAAT
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Nasceu há menos de dez anos, à beira-rio, mas hoje parece que sempre ali esteve. Faz parte da paisagem ribeirinha, não destoa, mesmo que tenha inovado. O maat – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, desenhado pela arquitecta britânica Amanda Levete, foi inaugurado em 2016 e em menos de nada tornou-se numa das paragens obrigatórias da cidade, quer pela sua agenda rica em exposições, quer pelo edifício diferente de tudo o que existe em Lisboa. Quando Amanda Levete projectou o museu, pensou nele como um todo. Ou seja, a arquitecta criou um espaço para ser usufruído dentro e fora, tornando a pala do museu num espaço pedonal, podendo-se assim circular livremente no “telhado”, acessível também através do viaduto, igualmente desenhado por Amanda Levete, e que liga a Avenida da Índia ao maat – funciona inclusive como ciclovia e a sua estrutura em curva foi pensada para facilitar o acesso a quem tem mobilidade reduzida.Todo o museu, é na verdade, bastante fluido. Quando se chega à entrada, por exemplo, há um caminho para a pala com uma pequena esplanada. Aí, nessa zona, é como se se estivéssemos dentro do olho do maat, com uma vista única e cerrada para o rio e a outra margem. Uma fluidez e abertura que se encontram também na programação do museu que quer fomentar o diálogo entre os diversos meios de arte, provocando a discussão e lançando novos entendimentos. A forma como a própria visita se faz, em forma circular, é disso exemplo. Quando ainda não existia, o maat foi anunciado como “um centro cultural sem barreiras” e é aí que se tem vindo a posicionar.O museu, da Fundação EDP, está ligado, de forma umbilical, através de um jardim projectado pelo arquitecto paisagista libanês Vladimir Djurovic, à Central Tejo, a antiga central térmica a carvão que forneceu electricidade à região da grande Lisboa, ininterruptamente de 1909 até 1954, e que se mantém hoje como espaço expositivo. Juntos, abrangem uma área expositiva de 38 mil metros quadrados, com espaço para a colecção da casa, a Colecção de Arte Portuguesa Fundação EDP, que conta actualmente com cerca de 2500 obras, de mais de 300 artistas, entre eles nomes como Helena Almeida, Lourdes de Castro, Jorge Molder ou Julião Sarmento. Uma colecção, aliás, em constante crescimento, que cruza várias gerações e linguagens.A agenda é intensa, com exposições nacionais e internacionais, muitas delas carregadas de interactividade como se espera de um museu que não quer estar parado. A vida que há fora, num espaço que acabou rapidamente ocupado por passeios, corridas, bicicletas e trotinetas, é o que se espera que continue dentro de portas. Impondo-se, cada vez mais, o maat como um ponto importante no roteiro cultural nacional, acessível a todas os públicos e idades. Não será exagerado dizer que há um antes e um depois do maat na cidade.