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Chamam-lhe a capital da onda, provavelmente o sítio com mais surfcamps por metro quadrado do país, onde se disputa uma das etapas mais importantes do campeonato mundial do surf. À beira-mar plantada, esta cidade piscatória consegue ainda assim proporcionar um sossego de campo, em qualquer altura do ano.São as praias a sua maior riqueza, algumas bem afamadas como a Praia do Baleal, dividida em duas baías, uma mais calma perfeita para mergulhos sem prancha e outra boa para quem já aprecia uma maior agitação. Do centro de Peniche ao Baleal são cerca três quilómetros, uma caminhada que até pode custar um pouco, mas nada como aproveitar a ciclovia existente à beira-mar – se não tem bicicleta não se acanhe porque é sempre possível alugar uma. Para os amantes do surf, a Praia do Medão, também conhecida como Praia de Supertubos é a escolha certa. O nome diz tudo: as ondas de forma tubular são muito procuradas por surfistas e bodyboarders de todo o mundo. Ao lado, fica a praia do Molhe Leste, bem mais tranquila.
E já que aqui está, não deixe de entrar no espírito e pegue também numa prancha. Se há sítio onde pode esquecer o medo e aprender com quem sabe é aqui. O que não falta em Peniche são escolas para aprender a dominar as ondas como um profissional, primeiro em terra e só depois no mar. Há aulas, privadas e em grupos, para todas as idades e níveis de conhecimento, com o aluguer do fato e prancha incluídos.Sabia que Peniche tem um dos maiores portos de pesca tradicional de Portugal, saindo daqui muito do peixe que chega aos restaurantes? Não é por acaso que Peniche é tantas vezes procurada pela sua rica gastronomia, do peixe ao marisco. Nos menus, encontra, com frequência, caldeirada, cataplana e arroz de marisco. Na Avenida do Mar e no Largo da Ribeira, por exemplo, não faltam opções. Aproveite para conhecer o centro histórico, entre as ruelas encontrará as igrejas de São Pedro e da Misericórdia, mas também o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.
Imperdível, até para conhecer um pouco da história do nosso país, é a visita à Fortaleza de Peniche, construída no século XVI/XVII para a defesa da costa. Hoje é o Museu Nacional Resistência e Liberdade e tem como “missão investigar, preservar e comunicar a memória nacional relativa à resistência ao regime fascista português, a partir das memórias e experiências daqueles e daquelas que lutaram pela liberdade e pela democracia”, lê-se na apresentação da missão do museu, que na época a que alude foi uma prisão política.
Mas Peniche é também porta de entrada para a Ilha das Berlengas. E diz quem vai, que nunca se esquece – e isso pode ser tanto pela viagem de barco, às vezes atribulada, mas nada que não se aguente, como pela paisagem idílica e o mar cristalino. O arquipélago é um dos locais mais ricos em fauna do país, mas o acesso é limitado – um paraíso só se mantém assim se for protegido. Uma curiosidade: o airo, a mais emblemática ave das Berlengas, símbolo da Reserva Natural, é muito semelhante ao pinguim. O ideal é reservar a viagem com antecedência. No Largo da Ribeira Velha estão várias operadoras onde pode programar a viagem.