Ponte Vasco da Gama

Um sonho tornado realidade, ouvia-se de um lado. Uma obra extraordinária, apontava-se do outro. Se é verdade que a Ponte Vasco da Gama foi pensada como uma alternativa à Ponte 25 de Abril, como forma de ajudar a escoar o trânsito, é impossível falar deste avanço sem olhar também para toda a evolução da zona. Criaram-se novas ligações, a cidade expandiu-se e do outro lado da margem também Alcochete e Montijo cresceram. De repente, um caminho que podia levar mais de uma hora, fazia-se em 20 minutos numa ponte diferente de todas as outras.

Com uma extensão total de 17,2 quilómetros, dos quais 12 sobre as águas do rio, a Ponte Vasco da Gama, inaugurada oficialmente a 29 de Março de 1998, tornava-se na maior ponte da Europa, só ultrapassada em 2018 pela Ponte da Crimeia com 18,1 quilómetros.

Se na inauguração, puderam atravessar primeiro a ponte políticos e convidados, uma semana antes a festa fez-se com o povo. E não se fez por menos. Para o Guinness entrou o recorde da maior mesa do mundo com, nada mais, nada menos, que cinco quilómetros. Sentaram-se cerca de 15 mil pessoas, para as quais o chef Michel da Costa (1970-2022) preparou uma feijoada, então apelidada de “mega feijoada” (esta só não entrou para o Guinness como a maior feijoada do mundo por não ter sido feita de uma só vez, mas foram servidas oito toneladas deste prato). Fun fact: a marca de detergente da loiça que patrocinava o evento conseguiu lavar 14 673 pratos com apenas um litro, batendo também um recorde. O dia de festa foi tal, que hoje faz parte já da memória colectiva.

Quando se olha para a ponte, mal se imagina que foi feita para suportar rajadas de vento de 250 km/h e para resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte do que o terramoto de Lisboa de 1755, que teve uma magnitude de 8,7 a 9 na escala de Richter e deixou a cidade terrivelmente devastada.

Um colosso feito para durar 120 anos, pelo menos, e que vale a pena atravessar nem que seja para uma pequena fugida. Há muito para descobrir do lado de lá, especialmente no Estuário do Tejo – sabia que Portugal é um dos destinos muito procurado para a prática do birdwatching e que só no Estuário do Tejo, num único dia, é possível observar mais de cem espécies?

Para os amantes de boa gastronomia, Alcochete, por exemplo, tem boas mesas para se comer peixe do rio e carnes da Lezíria. Já para aqueles que não passam sem uma boa dose de compras, as melhores marcas a preços tentadores estão no Freeport Lisboa Fashion Outlet.