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Sintra é um postal. É, aliás, uma das grandes imagens de marca de Portugal. É o Palácio Nacional da Pena, lá no alto da Serra de Sintra; a Quinta da Regaleira e o seu poço iniciático, que já correu mundo; a Praia da Ursa, quase secreta e de beleza estonteante; o chalet e o jardim da Condessa d’Edla; ou a piscina oceânica das Azenhas do Mar, onde também se come um belo marisco. Sintra é um mergulho na história, mas também um salto para a fantasia, não tivesse cenários dignos de contos de fadas.Elevada a Paisagem Cultural do Património da Humanidade, Sintra é um paraíso bucólico, carregado de história. Inspira escritores e poetas, pintores e cantores, músicos e cineastas, e as mais variadas áreas, desde há séculos. “Tudo em Sintra é divino. Não há cantinho que não seja um poema”, escreveu n’ Os Maias Eça de Queirós (1845-1900), nome maior da literatura portuguesa. E não estava enganado.
Comece por se encantar com o centro histórico, onde fará algumas paragens que o prometem surpreender, da Fonte Mourisca, uma obra do José da Fonseca, de 1922, feita com o propósito de valorizar a entrada da vila, ao Palácio Nacional de Sintra, o mais antigo de Portugal. Nas ruelas, descubra as pitorescas casas, as lojas de artesanato e alguns dos cafés históricos, sempre com a serra de fundo. E não se espante, se o dia estiver cinzento, a neblina faz parte da mística.Sendo Sintra uma vila carregada de misticismo, não deixe de passar pelo Centro Interpretativo Mitos e Lendas e desvende alguns dos segredos. Na Quinta da Regaleira, ficará arrebatado pelo poço iniciático – o nome, acredita-se, deve-se aos rituais de iniciação à maçonaria que aconteciam –, e que mais não é do que uma galeria subterrânea em espiral, por onde se descem nove patamares até às profundezas da terra. Ainda na Regaleira, ao longo de quatro hectares, encontrará jardins luxuriantes, lagos, fontes, torres, terraços e grutas. Difícil de acreditar, não é?
Para mais aventura, suba ao Castelo dos Mouros e explore as muralhas que serpenteiam a montanha com vistas de cortar a respiração. Ao lado, fica o Palácio da Pena. Erguido sob uma rocha escarpada, é o expoente máximo do romantismo do século XIX, com referências arquitectónicas de influência manuelina e mourisca. Fica no Parque da Pena e exige tempo para a visita, já que há sempre alguma coisa para ver e apreciar ao longo do percurso.Mas também de mar se faz Sintra e a melhor forma de o descobrir é através do eléctrico, numa viagem que se faz há mais de um século. A viagem, entre a serra e o mar, é sinuosa, tem cerca de 13 quilómetros e dura cerca de 45 minutos. O percurso inicia-se junto ao Museu de Arte Moderna de Sintra, passa por Colares com paragem e termina à beira-mar, na Praia das Maçãs. Um bom sítio não só para fazer nos dias de calor, mas também para se comer um bom peixe.
Mas se há iguaria que não pode deixar de provar são os famosos travesseiros de Sintra, um pastel folhado com creme de ovo, amêndoa, açúcar e uma dose de segredo.
E já que lha falámos da Praia da Ursa, logo a abrir, saiba que fica perto do Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa. A caminhada para aqui chegar é longa, mas assim que puser os olhos na praia de areia fina, perceberá rapidamente que valeu a pena.