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Torre de Belém e Mosteiro dos Jerónimos
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É, provavelmente, a área mais turística de Lisboa e o que não faltam são razões para isso, a começar desde logo pela zona ribeirinha, que conquista qualquer um. Em Belém, há monumentos e museus que merecem uma visita e parques perfeitos para uma pausa a qualquer hora do dia. Os maiores marcos, classificados como Património da Humanidade pela UNESCO, estão praticamente alinhados, separados pela linha de comboio: junto ao rio, fica a Torre de Belém; do outro lado, o Mosteiro dos Jerónimos. São duas imagens de marca, dois postais da cidade e do país.Os dois edifícios, únicos na sua construção, foram encomendados pelo rei D. Manuel I, que reinou entre 1495 e 1521, e foram fruto de um investimento avultado, numa época de exaltação dos grandes feitos além-mar, encabeçados pela chegada de Vasco da Gama à Índia. As obras do mosteiro avançaram primeiro, entre 1501 e 1502 e levaram várias décadas a concluir (um século, se quisermos ser mais precisos). Por sua vez, os trabalhos da Torre de Belém aconteceram entre 1514 e 1519. D. Manuel I mandou construir a Torre de Belém, seguindo um plano de defesa do estuário do Tejo concebido por D. João II. Mas o monarca tinha como finalidade proteger, não apenas o porto de Lisboa e a barra do Tejo, como também o Mosteiro dos Jerónimos, então em construção.

Suspensa nas águas do Tejo, no lugar de onde Vasco da Gama partiu para a Índia, a Torre de Belém conjugava dois modelos arquitectónicos distintos, destaca a Direcção-Geral do Património Cultural: “A torre alta, ao modo de torre de menagem, de feição medieval; e o baluarte, um dispositivo militar moderno”. Apesar de ter sido construída a 250 metros da margem, a torre acabou por, ao longo dos séculos, ficar envolvida pela praia, estando hoje em terra firme. Concebida pelo arquiteto Francisco de Arruda, saltam à vista no seu exterior as marcas do poder de D. Manuel I, nomeadamente, as armas reais, a esfera armilar e a cruz da ordem de Cristo. Actualmente, a Torre de Belém está de portas abertas e, à semelhança do Mosteiro dos Jerónimos, é dos monumentos mais visitados do país.É o Mosteiro de Belém, porém, o maior símbolo da arquitectura manuelina, sendo considerado como uma obra-prima da arquitectura portuguesa. Um monumento único, em pedra de lioz, edificado para celebrar a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Foi, aliás, com o dinheiro conseguido do comércio com o Oriente que D. Manuel I pôde custear a obra, que precisou de cem anos e vários mestres de obras para ficar concluída.Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel I escolheu os monges da Ordem de S. Jerónimo, que teriam, entre as suas funções, de rezar pela alma do rei e prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores que partiam à descoberta de outros mundos. Em 1833, contudo, esta comunidade religiosa foi dissolvida e o mosteiro desocupado. A igreja, cuja entrada é gratuita, impressiona pelo detalhe e magnitude, guarda, entre outros, os túmulos de Luís de Camões e Vasco da Gama. Não é de se dispensar, no entanto, uma visita ao Mosteiro, cujo claustro e jardim surpreendem quem chega.

Na ala ocidental do Mosteiro dos Jerónimos, onde ficava o antigo dormitório, fica agora o Museu Nacional de Arqueologia e o Museu de Marinha.